quarta-feira, 13 de julho de 2011

Amamentar

Comecei por pensar que amamentar era a melhor solução, mais económica, sempre pronta a qualquer hora e em qualquer lugar e, acima de tudo, a mais saudável de todas… Depois o Duarte nasceu e eu mudei radicalmente de opinião!

Amamentar revelou-se, numa fase inicial, um dos piores pesadelos que podia ter. O Duarte não pegava no meu peito (devido aos mamilos pouco proeminentes), quando se dignava a pegar (com a ajuda de mamilos de silicone) adormecia ferrado e não mamava quase nada... E depois as coisas pioraram drasticamente quando se deu a subida do leite, a famosa... É das piores coisas porque passei na vida, o peito parecia o pilar mais consistente que alguma vez vi, as dores eram horríveis, estar deitada de lado insuportável e amamentar uma tortura com dores de outro planeta... Era capaz de passar uma mamada inteira a chorar de dores, mas por ELE tudo valia a pena, pensava eu.

Quando chegou a pesagem no pediatra e percebemos que ele não estava a ganhar peso suficiente fiquei desolada… tanta lágrima, tanta dor, tanto sacrifício e o resultado nem sequer era compensatório.  Tentámos mais uma semana de leite materno, com novas tácticas de jogo para ver se apareciam resultados, mas não. Mais uma pesagem, mais uma desilusão… E foi assim que na terceira semana de vida tivemos de incluir o leite artificial. Seria hipócrita se não assumisse que me senti aliviada, estava a sufocar de estar sempre com a mama de fora, sentia-me uma vaca leiteira, uma porca que deixava tudo sujo por onde passava… Fiquei feliz quando ele bebeu o primeiro biberão, senti um alívio enorme, assumo.

Dava-lhe maminha e depois ele comia aquele líquido branco com sabor a comida de gatos, mas eu ficava descansada porque sabia que não tinha ficado com fome…

A verdade é que em pouco mais de 3 semanas o meu leite (castigo, claro está) começou a escassear e o baby teve de passar a beber praticamente só leite artificial. Resultado? Um sofrimento terrível porque não faz coco sozinho… e as semanas passam e não há medicamento que ajude. E aí, o nosso Mundo volta a dar uma volta, e já queremos amamentar, e sofrer tudo outra vez só para não vermos os nossos filhos aflitos… É isto ser pai, sofrer se for preciso, mas pôr sempre, em qualquer situação, o bem-estar do nosso filho à frente de tudo.

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