segunda-feira, 16 de maio de 2011

D-day

Chegou o malfadado dia. Touch day... Amanha logo pela fresquinha CTG seguido do primeiro toque... Dizem que dói e eu que não sou nada maricas dispensava bem a coisa!

sábado, 14 de maio de 2011

Ser mulher de um tripulante de avião é antes de tudo, ser uma especialista em extraterrestres

Qualquer mulher que case com um aviador entra para a aviação.


Não tem como fugir. Ou a mulher aprende a falar a linguagem dos tripulantes, ou torna-se a burrinha da história.


Considerados turistas bem remunerados, os tripulantes hospedam-se em hotéis de cinco estrelas, conhecem os melhores restaurantes e criam hábitos sofisticados, independentemente de suas vontades.


Percorrendo aeroportos nacionais e internacionais, convivendo com outros povos e outras línguas, conhecem hábitos, artes, artimanhas, todas elas com etceteras, as suas cabeças são bombardeadas a cada voo com novos e irregulares conhecimentos.


Daí que, quando eles atravessam o hall de um aeroporto com os seus uniformes (que a maioria detesta), impecáveis e com aquele ar de quem vive num mundo obtuso mas sabe das coisas, trazem consigo uma aura de grande romantismo e charme; podem até ser barrigudinhos e feios, mas o charme é inevitável.


São assediados e incentivados a ter aventuras amorosas, como qualquer marinheiro. Isso não quer dizer que todo o Comandante seja amante da assistente.


Há excepções, não mais que o médico com a enfermeira ou o chefe com a secretária.


De um modo geral, são ligadíssimos às suas famílias, que são seu lado terráqueo.


As suas mulheres convivem com este risco, assim como convivem com o risco de verem um programa de televisão ser interrompido para darem a notícia de que "acaba de cair um avião, assim e assado, voltaremos em breve com maiores detalhes."


Um dia, ao ouvir uma notícia destas, uma amiga casada com um Comandante ligou horários e possibilidades, e desesperou.


Ligou para a companhia sem se identificar, pedindo mais informações sobre o acidente. Quem a atendeu, tentando acalmá-la, disse: "Minha senhora, não se preocupe, era só um vôo de treino. Morreram só os tripulantes".


Claro que eu não vou escrever o que ela respondeu.


Quando um tripulante morre em voo é porque alguma coisa o traiu.


A máquina, a natureza, a percepção.


Qualquer tripulante morto em serviço, morreu à traição. Por isso, dói de uma forma diferente de todos os outros, sentir o companheiro traído - às vezes por tão pouco, apenas uma fracção de qualquer coisa.


Sufoca e deprime, inquieta e magoa, ter toda a vastidão mas depender de milésimos e milímetros. Talvez daí aquele algo diferente existente neles.


Quando eles chegam de um voo, trazem nos sapatos a poeira do mundo, nos cabelos o pó das estrelas e nos olhos um cansaço cósmico. Penalizados pelo diferencial de pressão atmosférica e pelos fusos horários, sentem-se exaustos de imensidão.


Incompatibilizados com fronteiras, levam horas para adaptar-se ao micro dia-a-dia.


Metade gente, metade ficção não podem, ao chegar de um voo, ser recebidos de maneira prosaica.


Nunca os receba assim:


- O nosso filho vai chumbar este ano!


-Roubaram aquele relógio que foi do teu pai!


-Hoje é dia 15 e o saldo já está a zero!


De difícil convívio, fortes candidatos a neuroses e depressões, já saem do avião desfasados da realidade. Mas esta realidade só pode ser ministrada em doses homeopáticas, sem o que eles azedam.


Contudo, nao há motivo para desesperar.


Dentro daquelas inconfundíveis malas que eles usam, você encontrará toques de carinho.


Uma revista italiana, um bombom suíço, um perfume francês ou uma escultura nigeriana.
Também poderá ouvir frases assim:


- Estava com tantas saudades e tanta pressa em chegar que deixei todas as portas do céu abertas.


Outra coisa também os mantém profissionalmente de rédea curta: os exames periódicos. Qualquer outro profissional, por mais importante e sofisticada que seja sua área, forma-se, faz o mestrado e nunca mais tem um exame eliminatório.


Com eles é diferente... Têm uma espécie de exame médico anual.


Lá vão eles para os rigorosos e altamente sofisticados exames - físicos, psíquicos e técnicos. É mais uma dura realidade deste mundo dos aviões.


Afastados do voo se não preencherem 100% de cada requisito, eles têm uma derradeira hipótese se, dentro de um rígido prazo estipulado pelo sector em que foram eliminados, conseguirem recompor-se integralmente.


Naturalmente, os leitores estão a pensar:


-Mas é claro!


A vida de muita gente depende das mãos e da cabeça destes senhores!


Pois... tudo bem! Então por que é que a sociedade é tão condescendente com os senhores médicos, juízes, ministros, deputados, autarcas?


Por que é que nenhum destes tem exames?


Para poderem pôr e dispôr com a vida e o dinheiro - não de alguns, como os senhores passageiros, mas de todos os cidadãos, indefesos nas mãos deles. Por isso vemos o mundo nas mãos de incompetentes, salvo honrosas excepções.


Pensem nisso.


Então, de repente, os tripulantes têm que fazer greve para sobreviver decentemente.


Um tripulante em greve por melhores salários é uma coisa tão absurda como se os aviões entrassem em greve por uma melhor manutenção.


Para a segurança de vôo, nem tripulante, nem avião, podem ser mantidos com o "mais ou menos"; a sofisticação técnica e profissional só se mantêm com o melhor.


Cada dia mais.


Assim, se eu estiver a viajar numa companhia em os tripulantes estejam a ser explorados, peço licença ao senhor Comandante, pego no microfone e digo:


- Senhores passageiros, por favor desapertem os cintos e saiamos devagar. Procuremos outra companhia, porque esta está a economizar na nossa segurança.


(Não fui eu que escrevi mas subscrevo inteiramente).

sábado, 7 de maio de 2011

36 semanas

Ok, é oficial... A contagem começa a diminuir drasticamente! Na segunda vamos à obstetra fazer aquela que será muito provavelmente a ultima ecografia da gravidez...


Fogo, ainda ontem o estava a ver com seis milímetros (um baguinho de arroz como disse o doutor) e agora está quase cá fora! O tempo voa, não tenho duvidas!


Hoje passei o dia em casa a preparar as malas para a maternidade, achei que às 36 semanas não dava para esticar mais a corda... O quarto também está quase pronto, falta o papy por os varões para os cortinados e fazer uns furinhos na parede. Nada do outro mundo não fosse ele alérgico a trabalhos de casa (nem é alergia, é mesmo não saber fazer) ;)

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A memória

Porque é que quando nos queremos separar de uma coisa (ou de uma pessoa) mandamos fora todas as recordaçoes?? Será que não temos idade para perceber que a memória é inapagável?!