quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Ataque de raiva número UM

Não gosto da minha sogra, ponto final. Apetecia-me escrever um texto só assim, e pronto, estava acabado. É que na realidade, não gosto mesmo. No ínicio pensei que era uma questão pessoal, que só eu é que não gostava dela e que mais ninguém nutria esse sentimento pela senhora. Cheguei a pensar que era eu que estava louca... tonta... às vezes chego a ser inocente.


A senhora é má e mais nada, para mim, para o filho e para toda a gente que não fizer o que ela quer.
GGGrrrrrrrr, ataque de raiva número um!!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Eu, Maria Gaivota, me apresento

    
Quando era mais nova adorava passar horas a escrever no meu diário. Escrevia sobre a escola, os rapazes giros, as amigas e os segredos delas, os jogos mais divertidos... escrevia pelo prazer de escrever. E depois, antes do diário chegar ao fim, mandava-o fora com medo que os meus pais o descobrissem. Hoje olho para trás e sinto-me ridícula, nunca tive um segredo que eles não pudessem descobrir, nunca fiz nada verdadeiramente errado... mas na altura achava um pecado mortal ter experimentado um cigarro, ter dito que tinha tido 'Satisfaz' quando na realidade era um 'Satisfaz pouco'... fossem todos estes os erros da Humanidade e o Mundo seria um lugar bem melhor.


Na verdade chamo a isto respeito, medo também, mas não medo que me batessem, nada disso. Medo de os desiludir. Nunca precisaram de me levantar a mão para eu perceber que tinha errado, abriam-me os olhos, e num simples olhar, percebia o meu erro e garanto-vos, tentava emendá-lo a todo o custo.  


Naquela altura não havia crianças hiperactivas nem pais que iam à escola ralhar com os professores porque tinham dado uma reguada nos filhos, não, naquele tempo era a minha própria mãe que lhes dizia que se me portasse mal, me pusessem de castigo, e lembro-me bem de a ouvir dizer: um puxão de orelhas também não lhe vai fazer mal, se for caso disso.  


A grande verdade é que nunca fui uma aluna brilhante, a melhor da sala, mas também nunca fui a pior, e acho que os meus pais sempre lidaram bem com isso. Não me exigiam perfeição, só não queriam desleixo. Nunca perdi um ano e quando dizia que odiava estudar todos me olhavam de lado e pensavam que era mentira, porque nem sequer era aluna de negativas. Mas a verdade é que odiava tanto estudar, que pensava sempre que mais valia estudar um bocadinho e passar que ter de repetir um ano e estudar tudo outra vez. A verdade é que esse pensamento me levou a acabar a Faculdade aos 21 anos, para grande orgulho dos meus pais e meu também. Ainda fiz mais uma especialização e aos 22 entrei no Mundo do trabalho. Eu, uma criança crescida, tinha 22 anos e sustentava-me sozinha. É, sem sombra de dúvida, um dos maiores motivos de orgulho da minha vida. A minha estrela da sorte anda sempre comigo, MESMO.


E agora, numa fase mais calma da minha vida, decidi retomar o meu diário sem nunca ter de o esconder de ninguém, porque ninguém sabe quem eu sou. E por isso, sou a Maria Gaivota, porque gosto de voar, porque gosto duma gaivota pequenina que uns amigos encontraram na praia e levaram para casa. Estava ferida e cheia de fome, e eles alimentaram-na, sararam as feridas e chamaram-lhe Maria. Mas um dia a Maria recuperou e quis voltar a voar, e eles deixaram. Com o coração destroçado foram até à praia devolver a gaivota à sua família, e ela voou o mais alto que conseguiu. E voltou ao pé deles. E todos os dias lhes vai dar os bons dias com um voo matinal bem junto da janela lá de casa. E eu, como gosto de ser livre como a Maria decidi chamar-me assim, Maria Gaivota, sem mais nada.