Quando soube que estava grávida da Maria Rita tive muito medo de mim própria... Do amor que achei que não lhe ia conseguir dar. Aquilo que sinto pelo Duarte é tão arrebatador, tão forte, tão único e especial que eu ficava assustada só de pensar como seria quando outro filho viesse ao Mundo. Fui para a maternidade com esse pensamento... Com medo! Não do parto, não da recuperação, não... Medo do amor que achei impossível sentir.
Porque sabia que com o Duarte o amor não tinha sido imediato... Sentimento de protecção sim, mas não amor... Não aquela quase necessidade de o ver e abraçar para repor energias.
Mas depois a Maria nasceu... E no segundo em que olhei para ela, naquela fracção de segundos em que a tiram da nossa barriga e ela passa à nossa frente para ser vestida... Nessa fracção de segundos já o meu coração a amava acima de tudo! Da mesma forma, da mesma intensidade... Igual! Como é possível um coração poder amar assim tanto? É simplesmente arrebatador...