Um dia, daqui a muitos anos, vais ler este texto, e tenho a certeza que em nada vou estar errada. Tens 16 meses e reconheço o percurso que vais ter na vida só de te olhar... és uma criança simplesmente avassaladora. Tens a garra e a determinação que eu sempre vi em mim. Mas a triplicar. Tens um sorriso malandro capaz de cativar o mais mal humorado dos seres humanos. És reguila, irrequieta e aquilo a que muitos chamarão de hiperativa. Eu chamo-te Maria Rita, a minha filha, o sangue do meu sangue... és aquilo que queres ser e mais um bocadinho. Tens uma determinação assustadora para a tua idade e uma capacidade de suportar a dor incrível. És "chata", porque és persistente. És "má", porque és persistente. És ciumenta, porque queres tudo para ti (às vezes queres tudo ao mesmo tempo)...
Durante semanas achámos que não íamos ter capacidade para lidar como uma filha como tu, era desesperante ver a tua vontade própria. Era desesperante não ceder só para ter 2 minutos de sossego. Mas depois parei. Fechei-me um dia inteiro em casa a olhar para as tuas coisas, para as tuas fotografias e a recordar todos os teus momentos. E aceitei-te assim, tal como és. A filha que toda a gente adora mas "ninguém" quer ter. Mas eu quero! Porque me dás luta, porque contigo nunca há dois dias iguais, porque és encantadora quando sorris, porque tens um futuro brilhante à tua frente! Nunca, jamais te vou ver baixar os braços. Nunca te vou ver a chorar por um objetivo não alcançado. Não porque os vás alcançar todos meu amor, nem pensar. Mas porque vais ter a capacidade excecional de perceber que se um não dá, outro dará.
"És tão mexida e portas-te tão mal"... és uma aventura para nós enquanto pais. Há dias incríveis em que tens capacidade para nos tirar a todos do sério, desde a auxiliar da escola até ao teu irmão. E depois, chegas à cama e fechas os olhos para ganhares novas energias para o dia a seguir. És um anjo enquanto dormes. Nunca dormes mal, há que repor bem as energias para o dia seguinte... És linda meu amor...
Os nosso "amigos" não percebem a nossa mudança de hábitos mas eu estou-me a borrifar para eles. Não vou a um restaurante contigo? Não, não vou. Alguém tem alguma coisa a ver com isso? Ninguém! Sou que eu sei como te quero educar e como quero que atinjas os meus objetivos em termos educacionais.
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